Exposição do artista italiano Marco Orlandi, pela primeira vez ao Brasil, chega ao Palacete das Artes


O segundo pavimento do Palacete das Artes recebe a exposição “Trasparenze”, do artista italiano Marco Orlandi, que expõe pela primeira vez no Brasil. A mostra é composta por 20 quadros, com o objetivo de analisar como os corpos e outros objetos estão interligados, como interagem, penetram e dissolvem uns nos outros. “Quando a nossa relação com o nosso corpo é comprimida, não é autêntica. Dessa forma é determinado pelos medos e pensamentos negativos. Hoje, as nossas culturas têm sufocado as nossas almas. As religiões têm nos impedido de sermos naturais, simples. Temos que ser como a sociedade quer, nos impedindo de tocar a nossa essência, de sermos simplesmente únicos”, declara o artista.

“É com imensa satisfação que abrigamos a exposição de Orlandi. Sua obra, forte e delicada, apresenta um desenho de qualidade na linha da escola dos bons desenhistas italianos. O público, certamente, estará envolvido com o seu trabalho e saberá apreciar com muita intensidade esses traços”, destaca Murilo Ribeiro, curador e diretor do Palacete das Artes.


A mostra “Trasparenze” nasce da ideia que vem dos conceitos de física quântica. De acordo com esses princípios, as coisas estão ligadas uma à outra na forma de energia que as constitui. Na avaliação de Orlandi, o que o interessa artisticamente é o que os filósofos chamam de coisa em si e isso está nas obras que escolheu para o Brasil. “Quando pensamos no Brasil, pensamos em um conjunto de cores, de gestos, de movimentos, de sons, e isso interfere na nossa percepção. Basta pensar em um homem brasileiro ou em uma mulher brasileira para ouvir os sons deste país e ver as suas cores. Porém, o que eu quero propor, com este trabalho, é algo que faz exatamente o oposto, que olhemos as pessoas de perto, como elas são”, complementa.

O artista plástico Marco Orlandi nasceu em Subiaco, na Itália. Até os 18 anos, não desenhava absolutamente nada, aliás, nem mesmo sabia que tinha talento para isso. Nesta época, após sofrer um acidente mergulhando, ficou surdo e passou a se comunicar escrevendo. Durante este período, começou a desenhar e percebeu o talento natural para as artes. Ao se recuperar da surdez com a ajuda dos desenhos, nunca mais parou de trabalhar. Atualmente divide o seu tempo com a secretaria de turismo de Subiaco, a direção do Museu do Papel, onde ministra curso de desenhos para crianças e jovens de várias regiões da Itália, e suas atividades artísticas. Fez sua primeira exposição individual em 1991 e a partir de então, participou de dezenas de mostras individuais e coletivas, principalmente no país onde nasceu. Em 2010, suas peças chegam a Rogue Space Chelsea, em Nova Iorque.

O Palacete das Artes é um órgão vinculado ao Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC)/Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (Secult-BA). Funciona de terça a sexta, das 13h às 19h, e sábados, domingos e feriados, das 14h às 18h.

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