DOIS POEMAS RECENTES DE JOSELITO DOS REIS

POLUIÇÃO PURA!
RIO DE ONTEM

                                                                              Ao Rio Cachoeira

Pratibús, piabas, pitus.
Tucunarés, acaris, berés.
Calambaus, barrigudas, piaus.
Curucas, sapateiros, jundiás.
Robalos, moreias, Curimatás.
Bagres, piabanhas e acaris.
E ate piranhas!...
As suas margens abençoadas
Capivaras, tatus e juritis.
Macucos, graúnas e paturis.
Rota dos coronéis do cacau
Saracuras, preás e jabutis...
Nas suas águas límpidas e cristalinas
Dos jangadeiros, dos meninos e das meninas.
Banhavam-se, se deliciavam...
Ouvindo o cantar dos bem-te-vis...
Periquitos, curiós e arapuãs...
Dia de sol radiante da feliz manhã...
Do Rio livre a correr rumo ao mar
Das lavadeiras e dos pescadores a cantar
Peixes e crustáceos, para vender e do lar.
- Como e bom sonhar!...
Pois, tomado pelas lembranças.
Desse rio, ontem perfeito!
E hoje do leito desfeito e destruído...
.
Não deixo minhas lágrimas caírem
Mesmo na impotência da minha
Frágil consciência...
Por não poder evitar sua degradação, solução...
Na falta dos ipês, braúnas e jacarandás.
Além do recordar! Além do amar
Sinto-me triste e feliz
Mesmo sem o cantar da perdiz
Porque ainda posso sonhar...
Joselito dos Reis
20.05.2016


AMOR!...

Nestes tempos corridos, atrevidos.
O amou banalizou, acabou...
Não se oferta mais flor!
Adeus banco da praça!
Adeus Copacabana!
Adeus garota de Ipanema!
Adeus flores, adeus “Rosinha!”.
Deram um tiro no sentimento!
Lamento...! Onde está Gracinha?...
Vivo na realidade, um tema...!
Adeus desilusão, adeus perdão!
Adeus poesia! Chegou à burguesia.
Hoje o poeta, na maresia...
Vive o inverso de sua inspiração
Chora... Deixou de viver na ilusão...
Para conviver com um problema...
Um sonho, um dilema...
Que dilema!
Que dilema!...
Mas mesmo assim
Ainda dá poema!


Joselito dos Reis
22.05.2016

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