No aniversário de Jorge Amado, prefeito destaca o legado de sua obra para Ilhéus

Resultado de imagem para jorge amadoO escrito Jorge Amado nasceu na Fazenda Auricídia no Distrito de Ferradas em Itabuna em 10 de Agosto de 1912 para ganhar o mundo na literatura brasileira


A arquiteta francesa Maud Vantours foi uma das primeiras visitantes a chegar, na manhã de hoje, 10 de agosto, à Casa de Cultura de Jorge Amado, no Centro Histórico de Ilhéus. Atraída pela importância da obra do escritor, ela foi conhecer de perto a casa onde Jorge Amado passou a infância e escreveu o seu primeiro romance “O País do Carnaval”, aos 18 anos. As mesmas curiosidades sobre a vida e obra do escritor promoveram o encontro entre a arquiteta francesa e a brasileira Joselita Isabel, professora da Universidade Estadual do Piauí. Em Ilhéus, a passeio, Joselita também escolheu a casa de Jorge Amado para iniciar o seu tour na cidade de “Gabriela.”
Professora de Literatura, Joselita Isabel viajou cinco mil quilômetros para conhecer a história de Jorge e os seus principais cenários de inspiração. E garante: valeu a pena o esforço. Vicente Domiciano, de São José dos Campos, interior de São Paulo, outro visitante de hoje, disse que é uma honra estar na casa de Jorge, a quem definiu como “uma lenda cultural do País só comparável na literatura mundial ao escritor espanhol Miguel de Cervantes”.

“Este legado precisa, cada vez mais, ser valorizado”, disse hoje o prefeito Mário Alexandre, ao lembrar o aniversário de nascimento do escritor. Se vivo estivesse, Jorge Amado completaria hoje 105 anos. Falecido em 2001, o escritor deixou um importante acervo literário, inspirado nas fazendas de cacau, nos coronéis, nas mulheres e homens com quem conviveu ou de quem apenas ouviu falar um dia. “Jorge Amado deu a Ilhéus a identidade reconhecida pelo mundo. Sua obra resgata o cotidiano de Ilhéus e revela a nossa gente que, até hoje, anda nas ruas e constrói a nossa história”, reconheceu Mário Alexandre.

Valorização – Para o prefeito de Ilhéus, é preciso cada vez mais valorizar este legado que promove a cultura e o turismo. Ele garante ter como projeto  revitalizar o prédio e o acervo ligado ao escritor, que hoje ajudam a contar a história de um homem nascido na fazenda Auricídia, no distrito de Ferradas, filho do fazendeiro de cacau João Amado de Faria e de Eulália Leal Amado.

Na atual gestão, a Casa de Jorge Amado tem obtido avanços importantes para sua consolidação. Suas portas agora ficam abertas também aos finais de semana, para mostrar a vida e obra de Jorge, como se um curioso leitor estivesse abrindo as páginas dos seus livros e lendo a história da nossa gente. Recentemente, a casa adaptou o sistema de som com a trilha sonora de novelas como Tieta, Gabriela, entre outras.

História da casa - Em 1914, quando o pequeno Jorge estava com menos de dois anos de idade, o rio Cachoeira enfureceu-se e provocou uma das maiores enchentes de sua história. Muitas pessoas perderam as plantações de cacau, dentre elas, o coronel João Amado de Farias, pai do escritor, que mudou-se, então, com a família, para o bairro do Pontal, na baía do mesmo nome, arredores da cidade de Ilhéus.

Empobrecidos, tendo perdido tudo, montaram uma fábrica de tamancos, passando a sobreviver da renda do pequeno empreendimento. Com as economias poupadas comprou uma casa pobre, no centro da cidade, que tinha apenas uma porta e uma janela. Passado o tempo, João Amado tirou o primeiro prêmio da Loteria Federal, mandou construir no local do modesto barraco, o belíssimo palacete, com 582 m2, que abriga hoje a Casa da Cultura Jorge Amado.

A construção teve início em 1920, sob o comando de Maximiano Souza Coelho, e o prédio foi inaugurado em 1926. A casa não tem um estilo próprio, sendo considerada de arquitetura eclética, com mistura do neoclássico e do colonial. O piso é todo original, a madeira da casa é jacarandá trabalhado, madeira própria da região, de baixo custo e alto valor. Era muito usada nas casas, por trás das janelas, porque ficava inviável utilizar cortinas em tecido, já que todo tecido existente naquela época, em Ilhéus, era estrangeiro. O lustre da sala principal é de vidro, não é cristal verdadeiro, não é o original, mas é da época.

Olhando pela janela da casa, enxerga-se cenários que inspiraram o autor a construir uma das mais importantes obras literárias do século 20.

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